Cada criminoso tem o seu modo de actuação. Cada 'teatro' tem a sua assinatura. Atacam sempre da mesma forma e com as mesmas armas. Torna-se mais 'simples' para as autoridades saber quem procuram quando conseguem associar o 'modus operandi' de cada criminoso.
A saudade funciona como um criminoso. Ataca sempre da mesma forma, nas mesmas ocasiões, com as mesmas armas e, às vezes, toma a mesma vítima.
Sei que, quando tenho um dia esgotante, sinto a falta daquele aconchego. Sei que, quando entro no carro e ponho a tocar uma música mais suave, a saudade me ronda. Sei identificá-la pelo silêncio. Em pés de lã, aproxima-se até me fazer chorar. Em pés de lã, aperta-me o peito. E, é também em pés de lã, que me atormenta até adormecer, sussurrando ao ouvido, com uma voz terna.
29/03/2009
24/03/2009
22/03/2009
"Não há maneira de disciplinar o coração"
Foi o que a M me disse hoje. E vi-me forçada a concordar. Consegui aprender a controlar os meus impulsos, que ainda eram demasiado juvenis, numa tentativa de chegar mais perto dele sem o assustar.
Consegui disciplinar-me e aprendi uma nova palavra: paciência. Quando se gosta de alguém também é preciso ter uma dose de paciência para ouvir e agir no momento certo. Queria, só por uma vez, que as coisas dessem certo e tentei fazer o mais correcto.
Só não consegui disciplinar o coração. Chego à conclusão que o coração não é só aquela coisa que bombeia o sangue para o resto do corpo, permitindo-nos viver. O coração também não é aquela coisa cor-de-rosa que aparece nos cartazes de cinema, que anunciam a próxima xaropada lamechas. Há mais coração para além disso.
Entreguei-lhe o meu coração. Não está numa caixa prateada com um enorme laço, como se se tratasse de um embrulho de Natal. Está numa embalagem pequenina, cercada de pessoa por todos os lados. Mas é todo dele, mesmo estando minúsculo de saudades.
19/03/2009
Gostava que...
... estivesses mais vezes ao pé de mim para veres como os meus olhos brilham de cada vez que digo o teu nome.
17/03/2009
Valsa para o ausente
Procura ouvir
A minha voz
Na tua solidão
Procura ver
Meu corpo a sós
Arder na escuridão
Procura, amor
Em tua dor
Sentir o pranto meu
Aqui estou eu
A te esperar
Com tudo que foi teu
Não tardes mais
Que as tardes más
Já vão anoitecer
Vinicius de Moraes
Há uns dias, a Ni escreveu um post onde, mais um vez, abordava a temática da saudade. Um sentimento com o qual tive de aprender a conviver. Não é fácil. Porque existem dias em que tudo corre mal e gostava que ele estivesse ali para, mesmo em silêncio, me dar a mão.
Aprendi a conviver com a saudade. Com as mensagens. Com as chamadas. Com o ouvir apenas a voz, enquanto olho para a fotografia e imagino as expressões. E, hoje, Vinicius leu-me o pensamento...
A minha voz
Na tua solidão
Procura ver
Meu corpo a sós
Arder na escuridão
Procura, amor
Em tua dor
Sentir o pranto meu
Aqui estou eu
A te esperar
Com tudo que foi teu
Não tardes mais
Que as tardes más
Já vão anoitecer
Vinicius de Moraes
Há uns dias, a Ni escreveu um post onde, mais um vez, abordava a temática da saudade. Um sentimento com o qual tive de aprender a conviver. Não é fácil. Porque existem dias em que tudo corre mal e gostava que ele estivesse ali para, mesmo em silêncio, me dar a mão.
Aprendi a conviver com a saudade. Com as mensagens. Com as chamadas. Com o ouvir apenas a voz, enquanto olho para a fotografia e imagino as expressões. E, hoje, Vinicius leu-me o pensamento...
11/03/2009
Transformação do ser
Tocou no espelho sem reconhecer aquela pessoa que a fitava. Uma nuvem de vapor enchia o quarto-de-banho, enquanto que ela... nua... deixava-se ficar em frente ao espelho que apenas lhe mostrava uma imagem de alguém que não desejava ser.
Um arrepio de frio subiu-lhe pelas costas. Não foi a mais agradável das experiências: a auto-avaliação pode ser cruel.
Olhava para o espelho e continuava sem reconhecer aquele rosto amargo que insistia em fitá-la. A ela, sempre tão alegre. Aqueles olhar triste queimava-a, dilacerava-a por dentro, como se mil facas a esquartejassem, porque sabia que não era assim: amargurada. Sorriu para o espelho, que não lhe retribuiu a simpatia. Era preciso mais, muito mais para que o espelho lhe mostrasse outra imagem.
Era os olhos que precisava mudar. O sorriso, esse apenas transmite os recados da alma. Precisava de mudar. Mudar por dentro, para mudar por fora.
Um arrepio de frio subiu-lhe pelas costas. Não foi a mais agradável das experiências: a auto-avaliação pode ser cruel.
Olhava para o espelho e continuava sem reconhecer aquele rosto amargo que insistia em fitá-la. A ela, sempre tão alegre. Aqueles olhar triste queimava-a, dilacerava-a por dentro, como se mil facas a esquartejassem, porque sabia que não era assim: amargurada. Sorriu para o espelho, que não lhe retribuiu a simpatia. Era preciso mais, muito mais para que o espelho lhe mostrasse outra imagem.
Era os olhos que precisava mudar. O sorriso, esse apenas transmite os recados da alma. Precisava de mudar. Mudar por dentro, para mudar por fora.
10/03/2009
07/03/2009
04/03/2009
01/03/2009
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