Tocou no espelho sem reconhecer aquela pessoa que a fitava. Uma nuvem de vapor enchia o quarto-de-banho, enquanto que ela... nua... deixava-se ficar em frente ao espelho que apenas lhe mostrava uma imagem de alguém que não desejava ser.
Um arrepio de frio subiu-lhe pelas costas. Não foi a mais agradável das experiências: a auto-avaliação pode ser cruel.
Olhava para o espelho e continuava sem reconhecer aquele rosto amargo que insistia em fitá-la. A ela, sempre tão alegre. Aqueles olhar triste queimava-a, dilacerava-a por dentro, como se mil facas a esquartejassem, porque sabia que não era assim: amargurada. Sorriu para o espelho, que não lhe retribuiu a simpatia. Era preciso mais, muito mais para que o espelho lhe mostrasse outra imagem.
Era os olhos que precisava mudar. O sorriso, esse apenas transmite os recados da alma. Precisava de mudar. Mudar por dentro, para mudar por fora.
11/03/2009
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1 comentário:
Para mudar é preciso aceitar-se as limitações da condição humana...
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