22/12/2008

Loucuras de/por amor

Quem nunca cometeu uma pequena loucura quando amou de verdade? 

Sei lá:
uma serenata à chuva;
uma carta de amor, escrita à sucapa;
uma viagem de 200km só para dar um beijo de boa noite;
uma declaração num local público;
um pedido de casamento num lugar romântico;
um viagem-relâmpago a Paris;

(...)

Quais foram as vossas loucuras feitas de e por amor? Começo eu... uma declaração à chuva. Levei uma tremenda nega, chorei como nunca, mas alivei um peso que me atormentava à noite. 

20/12/2008

Gostar muito!

Às vezes, vemos o 'gostar' de alguém como aquele gostar para além de tudo, gostar incondicionalmente, gostar sem duvidar... 

Posso gostar de várias pessoas, de várias formas e com várias intensidades. O 'gostar' pode adquirir várias formas consoante a pessoa com quem me deparo. Temos a pessoa especial, que ocupa aquele lugarzinho VIP no nosso coração. Temos os amigos que, por mais voltas que a vida dê, estão lá... para o que der e vier. Temos a família que, bem... é a nossa família!

Não se pode optar, não se pode julgar, não se pode quantificar o gostar... é o "gostar até lá longe" como referi num post anterior. 

E a que propósito vem isto? Muito simples. Um amigo deixou de me falar. Já fiz tudo o que podia e que estava ao meu alcance para pormos atrás das costas uma estupidez, mas ele mantém-se intransigente. Hoje, respondeu-me com um monossílabo ao meu cumprimento. Tive vontade de chorar, mas não o fiz. Apenas cheguei à conclusão que talvez, ele não gostasse tanto de mim, como eu dele... 

03/12/2008

Do not cross

Penso nas relações amorosas como um cenário de um qualquer filme policial: fita amarela e polícias com cara de mau. A atitude a tomar depende do nosso papel na fita. Ou somos o detective destacado para a investigação e a fita levanta-se e nós passamos livremente, ou somos o suspeito. E é a partir daí que se desenrola, com a diferença que não é um filme.

Lamentavelmente, podemos encontrar um actor menos competente e que acaba por estragar as cenas daquele que podia ser um 'blockbuster'. 

Nada é tão linear, nem mesmo os filmes, onde, por vezes, o criminoso é quem menos esperamos. Confuso? Garanto que, na minha cabeça, tudo faz sentido.

E quando os curiosos passam a linha amarela da polícia? Lá vem o guarda (com cara de mau) reestabelecer o perímetro de segurança. O problema é se caímos no filme com o argumento errado, com o guião errado e sem uma linha condutora... isso faz o quê de nós? Bons improvisadores ou maus profissionais? Como é que sabemos se estamos habilitados a passar a linha?

12/11/2008

'Goto de ti, até lá longe

Era o que eu dizia à minha mãe, quando era criança. "Mamã, eu 'goto de ti, até lá longe". Simples. Demasiado simples, até. 

Apercebi-me, há relativamente pouco tempo, o quão difícil é falarmos dos sentimentos. Ora porque já fomos magoados, ora porque temos assuntos pendentes ou porque temos medo de entregar o coração.

Não sou, de todo, uma expert nestes assuntos. Aliás, devo ser a pior pessoa do mundo para falar em amor. Apenas sei que somos uns complicadinhos quando crescemos. Quando somos crianças, ou gostamos, ou não gostamos. Não há meios termos. Não há espaço para o "mais ou menos", para o "gosto, mas...", para o "não tenho bem a certeza"... 

E depois, quem gosta, cala-se. Reprime aquele 'bichinho' do amor na garganta. Porque já não temos idade para loucuras, porque a experiência ensina a esperar... tretas! 

Gosto de ti! Mesmo que me peças paciência! 

20/10/2008

És mesmo!

05/10/2008

Sem lugar para dúvidas...



... ou pelo menos não deveria ser dado espaço para questionar!

Ando preguiçosa para escrever, mas aplico-me a brincar com as imagens. 

30/09/2008

Deu-me para aqui...

24/09/2008

Sabem como é?

Uma mulher apaixona-se. Corre mal. Chora. E tudo passa com o tempo. Promete que para a próxima não se entrega.

Conhece uma pessoa.

Pode apaixonar-se, ou não, mas por norma, apaixona-se. Corre mal. Chora, grita a plenos pulmões e odeia-se durante uns tempos. E tudo volta a passar. Repreende-se e obriga-se a não voltar a amar tão rápido.

O tempo passa. Conhece uma pessoa. Aproxima-se a medo. Receia voltar a magoar-se. Não diz tudo o que sente, porque não quer afastar essa pessoa. Porque não quer assustar essa pessoa. Porque quer que as coisas corram bem (para variar) com essa pessoa. 

O tempo passa. Entre avanços e recuos, alguém lhe diz "Estás apaixonada!". E depois batem as saudades do cheiro, do riso, do beijo, da mão na mão, da cor dos olhos, do cabelo, do tom de voz...

Uma mulher apaixona-se. E depois... depois, logo se vê!

17/09/2008

Cheiro a mar

Já tentei escrever um livro. Daí resultou um rascunho mal amanhado do qual até tenho vergonha. Tentei. A sério que tentei. 

Comecei por "Era uma vez..." e escrevi no fim "... e viveram felizes para sempre". Faltava-me o conteúdo do meio. Fechei os olhos com força e tentei imaginar o que me faria viver feliz para sempre. Imaginei o teu beijo. Imaginei o teu sabor. Imaginei o teu cheiro. Cheiravas a mar. 

Abri os olhos e escrevi "Era uma vez um menino que cheirava a mar. Um belo dia, acordou bem cedo e olhou pela janela. Só viu prédios à sua frente... que decepção!". Uma decepção numa história de amor? Não, isso não. Risquei. "Era uma vez um menino que cheirava a mar. Um belo dia, enquanto passeava pela cidade, sem querer deu um pontapé numa carteira. Numa carteira de menina. Abriu e viu a fotografia da menina. Ó que coisa mais linda!, pensou ele. E depois partiu em busca da menina". 

Depois tudo aquilo me pareceu muito linear. Que menino se apaixonava por uma fotografia? Voltei a fechar os olhos. De novo, com muita força. Sem querer, adormeci. E sonhei com fadas e princesas, dragões e torres muito altas. Voltei a ser menina.

Acho que me tornei a menina da história. A menina que perdera a carteira, enquanto regressava da praia. A menina por quem o menino se apaixonara. E pareceu-me bem.

Acordei e voltei a escrever. “O menino decidiu ir entregar a carteira na polícia”. Na polícia?? Os contos de fada não têm polícias. Têm dragões e têm valentes lenhadores. Ah, e príncipes também. Risquei tudinho. E comecei de novo. Desta vez, no computador.

“Ele acordou. Não se lembrava como tinha sido a noite anterior. Mas a tranquila respiração dela provava que tinha sido boa. Olhou de novo. Os cabelos revoltos deixavam ver um rosto de anjo. Aproximou-se do pescoço dela, para a voltar a beijar. Cheirava a mar. E de repente, tudo fez sentido”.

Achei que estava bom. Fiz “Guardar Como...” e salvei com o título “Cheiro a mar”.

13/09/2008

Inimigos

O Francisco, uma pessoa de quem gosto muito, postou no seu blogue a seguinte frase "Sou, de longe, o meu maior inimigo. O que torna mais difícil esta guerra é o facto de eu não me conhecer".

Fez-me pensar na guerra que abri ao resto do mundo. Esta semana, apetece-me ser do contra, ser anti-social ao ponto de não atender o telemóvel, tirar-lhe todos os resquícios de som para não ser obrigada a contactar com o resto do mundo.

Estou com a neura. E não me importo.

Esta semana, sou a minha maior inimiga. E estou-me nas tintas.

Até que ponto isto é muito grave?!

02/09/2008

Todo o ano

Não sei se gosto mais da Primavera ou se de ti. Da Primavera, gosto da frescura, do orvalho matinal, do chilrear dos pássaros e das flores em botão. Em ti, gosto da frescura do teu beijo, do brilho dos teus olhos e da suavidade do teu abraço.

Não sei. Estou indecisa.

Gosto mais do Verão, ou gosto mais de ti? Gosto dos gelados, das conversas na esplanada, dos passeios nocturnos na praia, de pés descalços e ombros desnudos, sem sentir frio. Em ti, gosto do doce da tua voz, do carinho que empregas em cada gesto e cada palavra.

Não sei. Estou indecisa.

E no Outono? Do Outono, gosto das folhas a caírem, das romãs bem vermelhas e do cheiro das castanhas. Em ti, gosto dos teus cabelos revoltos, da barba por fazer e que me faz cócegas quando te beijo.

Não sei. Estou indecisa.

Chega o Inverno. No Inverno, gosto do frio, quando estou à lareira, do anoitecer quando estás comigo. No Inverno, gosto de ficar em casa a ver um filme, abraçada a ti. No Inverno, gosto de brincar às cozinheiras, sujar-te a ponta do nariz e fugir do eminente ataque de cócegas.

Não sei. Acho que gosto de ti durante todo o ano.

30/08/2008

Adeus, não afastes os teus olhos dos meus

... de David Fonseca
Quando dormes
E te esqueces
O que vês
Tu quem és
Quando eu voltar
O que vais dizer?
Vou sentar no meu lugar

Adeus
Não afastes os teus olhos dos meus
Isolar para sempre este tempo
É tudo o que tenho para dar

Quando acordas
Porque quem chamas tu?
Vou esperar
Eu vou ficar
Nos teus braços
Eu vou conseguir fixar
O teu ar
A tua surpresa

Adeus
Não afastes os teus olhos dos meus
Eu vou agarrar este tempo
E nunca mais largar

Adeus
Não afastes os teus braços dos meus
Vou ficar para sempre neste tempo
Eu vou, vou conseguir para-lo
Vou conseguir para-lo

Vou conseguir

Adeus
Não afastes os teus olhos dos meus
Vou ficar para sempre neste tempo
Eu vou conseguir para-lo
Eu vou conseguir guarda-lo
Eu vou conseguir ficar

19/08/2008

Destino final

Ela sabia que era errado. Ele também. Mas o destino, esse incontornável destino, juntava-os. Juntos, parecia que o mundo deixava de existir. Parecia que tudo à volta estava desfocado. Parecia que tudo o resto não contava e que só eles existiam e respiravam. Respiravam-se.

Mas sabiam que era errado. Que não podia ser. Que não eram os únicos envolvidos. Sabiam, mas ignoraram. Uma vez. Uma só vez, a paixão falou mais alto, do que qualquer julgamento moral ou consciência gritante. Foi uma vez.

Surgiu o primeiro beijo. E muitos outros depois desse. As roupas, espalhadas pelo chão, coloriam aquela divisão da casa. E os corpos confundiram-se.

Não se falavam para que o momento perdurasse. Havia tanto a ser dito, mas tão poucas palavras foram trocadas. Para quê? Ela sabia o que ele pensava. Ele sabia o que ela pensava. A ânsia da paixão, do estarem juntos, do beijo, do cheiro da pele... foi só daquela vez. Pecaram. Juntos. <

As exigências do tempo. As contrariedades das responsabilidades fizeram-nos acordar para o mundo lá fora.

Até que surgiu o último beijo. Aquele que eles sabiam que selaria, para sempre, aquele amor. Um último beijo. O mais doce?

O último beijo. O primeiro fora há tão pouco tempo. Minutos apenas os separavam.

- Gosto muito de ti!
- Eu também!
- Não me sei despedir...
- Não digas adeus...

Disseram um silencioso “adeus”. Viraram costas e, separados, seguiram caminhos opostos. O fado estava traçado. E redesenhavam-se outros futuros.

07/08/2008

Underwater

Fechou os olhos e deixou que a água quente que jorrava da torneira percorresse cada milímetro do seu corpo. Sentia o nível da água a subir, dentro da banheira. Precisava de limpar o corpo, como se a água pudesse, também, apagar a sujidade que sentia na mente.

A água queimava-a. Mas ela não se importava. Estava a sentir um certo prazer naquela dor. Merecia aquela dor. Não era melhor que ninguém e aquela sensação de quente excessivo lembrava-a que era apenas humana. Que errava como os humanos. Que fazia asneiras como os humanos.

O nível da água continuava a subir. Chegava aos ombros como um abraço. E quão insuportável estava aquela água?! Mas um abraço daqueles apertados... um daqueles de que nos queremos ver livres rapidamente, porque nos cortam a respiração e nos fazem sentir prisioneiros. Queria chorar, mas tinha gasto todas as lágrimas nesse dia.

A água já chegava à boca. Desligou a torneira e deixou-se estar. Susteve a respiração e mergulhou a cabeça até não aguentar sequer mais um segundo sem se libertar.

Deixou-se ficar. A água começava a tornar-se suportável. Manteve-se de olhos bem fechados, a sentir a sua própria pulsação... a mente viajava para longe de tudo e todos. Como não podia desaparecer, dava-se ao luxo de se abstrair. De fugir, mesmo que por breves momentos.

A água continuava quente. Começou a chorar. Finalmente, libertou-se.

A água quente aliviava-lhe as dores do corpo, e as lágrimas aliviavam-lhe dores bem mais fortes e que nenhum comprimido faria passar.

Passou, energicamente, o sabonete (com cheiro a rosas) pelo corpo. Esfregou, por três vezes, champô na cabeça. Saiu do banho, esvaziou a banheira e viu as lágrimas a descerem pelo cano. Estava pronta.

02/08/2008

Cartas de amor

Adoro Fernando Pessoa. Desde o 12.º ano. Estudei aquilo que estava programado no plano de estudos daquele ano. Mas o fascínio por Pessoa nunca desapareceu. Na semana passada, estava a conversar com um amigo e lembrei-me do seguinte poema:

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)


Sim. Concordo. São ridículas. Tal como os filmes de amor, as canções de amor, os pares de namorados a assistir juntos a um pôr-do-sol... mas quem não gosta?! As cartas de amor (as tais, ridículas) foram substituídas pelas mensagens de telemóvel, pelos recados no messenger. Eu gostava tanto de voltar a receber uma carta de amor... de pegar numa carta de amor... de ler e reler uma carta de amor... por muito ridícula que seja!

01/08/2008

Este é o meu verdadeiro retrato

A Ni publicou um post com as características da mulher de signo “Peixes”. Aviso desde já que não acredito nas patranhas que vêm escritas nas revistas, mas acredito nas especificidades de cada signo. Segundo a minha amiga, o texto foi publicado há 3 anos na revista “Happy Women”. E é a minha cara… revi-me em cada parágrafo. É um pouco extenso, mas vale a pena ler…

"Peixes é o último signo do Zodíaco e como tal reúne características de todos os outros. É um signo muito mutável que se adapta bem a todas as situações. As mulheres Peixes são entusiastas como o Carneiro, pacíficas como o Touro, agem rapidamente como os Gémeos, têm o humor, a simpatia e rabugice do Caranguejo. Ao Leão foram buscar a vontade de se divertir, à Virgem a capacidade organizativa e a bondade, à Balança a justiça. Não são impiedosas como o Escorpião, mas tal como este signo, são muito misteriosas. São generosas como o Sagitário e dedicadas às suas tarefas como o Capricórnio. A sua capacidade analítica foi retirada do Aquário.

Mas não pense que é fácil conhecer na totalidade as nativas deste signo.

Nascidas entre 20 de Fevereiro e 20 de Março, estas mulheres são afáveis, sonhadoras e românticas mas também muito enigmáticas. Embora sejam quase sempre tímidas, gostam de «nadar» contra a corrente e é esse desafio que as torna felizes. Tal como mostra o símbolo deste signo, há Peixes que nadam para cima e outras para baixo e é aqui que se verifica a grande dualidade deste signo. Enquanto as primeiras atingem quase sempre o topo em tudo o que fazem, as segundas nunca alcançam os seus objectivos.

Passam horas a sonhar, a recordar o passado, a prever o futuro, esquecendo-se de viver o presente. Emotivas e sensíveis são muito vulneráveis e não sabem proteger-se dos outros, por isso é comum refugiarem-se no sonho e fecharem-se em si próprias para não sofrerem. São muito intuitivas, mas conseguem ficar indiferentes ao que se passa à sua volta se assim o decidirem. Conhecem o lado desagradável da humanidade, mas preferem continuar a pensar que podem construir uma sociedade melhor. Em algumas situações, essa brandura pode transformar-se em ira e, nesses casos, que se meter à frente delas terá de lidar com o seu sarcasmo e com a sua rara frieza. E não se esqueça que estas mulheres também são mestres da sátira difícil de descortina, o que cria algum desconforto nos seus alvos.

Aceitam bem as dificuldades que lhes surgem pela frente, mas em certas alturas, o desânimo toma conta delas. Apesar de parecerem pouco resistentes, são mais fortes do que aparentam, porque têm uma força oculta que, caso a descubram, as ajuda nos piores momentos. Têm uma memória gigantesca, mas se são afectadas por um qualquer problema, até do próprio número de telefone se esquecem.

Não gostam de perguntas directas e o «talvez» é a sua resposta mais frequente. Tal como a imaginação, o humor é uma das suas armas. Mesmo quando estão tristes sorriem e as suas gargalhadas podem ser uma máscara para esconder algum desgosto. Não gostam de pregar sermões a ninguém, mas estão sempre prontas a ajudar todos aqueles que necessitam. Não se importam de sacrificar os seus sonhos para auxiliar os mais fracos, a sua família ou amigos.

O dinheiro é pouco importante para as nativas Peixes, só precisam de ter o suficiente para viverem. Poupar não é uma das suas qualidades, mas isso também acontece porque dificilmente recusam um empréstimo a alguém.

As mulheres Peixes nasceram para servir a humanidade e não para acumular riqueza, por isso não gostam de posições de chefia. Só são bem sucedidas nesses cargos quando trabalham no mundo da comunicação, onde se movem à sua vontade e a sua imaginação é valorizada, ou em organizações não governamentais onde actuam em prol dos outros.

Como funcionárias, são infelizes a fazer algo que vá contra a sua integridade, mas quando gostam do que fazem dedicam-se totalmente à sua tarefa. Dão-se bem com toda a gente no local de trabalho.

Este é um signo muito emocional, complexo e dependente. As nativas de Peixes são românticas incuráveis, para elas sexo e amor são indissociáveis. Para uma relação dar certo são capazes de se tornar naquilo que os companheiros esperam delas, mesmo que isso não lhes seja pedido directamente. Muito compreensivas, fazem tudo para o ver feliz, mas quando algo corre mal acabam por ficar deprimidas e sentir-se usadas, por terem dado tanto e recebido tão pouco da relação. Nessas alturas, refugiam-se na ilusão. Quando encontram outra pessoa, voltam a cair com facilidade no mesmo erro.

Curiosamente, nem sempre estão apaixonadas, mas quando alguém precisa delas, sentem-se atraídas vêem nessa pessoa uma possível alma gémea. Raramente se queixam quando os relacionamentos correm mal, preferem esconder a sua desilusão e só terminam uma relação tendo já outra em vista, apesar de não conseguirem desligar totalmente do passado.

Hipnotizam os homens facilmente, devido à sua simpatia. O estar sempre presente e disposta a ouvir também os atrai. Como têm uma intuição muito apurada, esperam que os outros também tenham, por isso detestam que lhes perguntem como se sentem. A pessoa que esta com uma nativa Peixes tem de a entender, sem que ela precise de verbalizar o seu estado de espírito, afinal é assim que ela procede com quem a rodeia. Não precisa de ser muito estimulada, porque o seu maior estímulo é estar apaixonada.

São amigas com quem se pode contar em qualquer momento. São muito compreensivas e assumem como suas as emoções dos outros. Se os amigos choram, elas também o fazem, se riem imitam-nos. Esta sua característica impede que os outros as conheçam realmente e percebam o que estão a sentir na verdade, mas têm sempre uma palavra de conforto para todos. Nunca magoam um amigo, apesar de, por vezes, se afastarem sem razão aparente. Quando reaparecem, agem como se o tempo não tivesse passado e conseguem reatar os laços que os unem
."

26/07/2008

Zapping

Um zapping inconsequente, sem sentido, nem objectivo... um zapping só “porque sim”. As imagens passam-lhe em frente dos olhos sem que ela sequer repare nelas. Está a olhar para o ecrã sem o ver.

Um zapping por entre filmes, tragédias, futebol e enredos de novela... num gesto impensado... só a carregar na tecla >> do comando.

Não vê, nem ouve nada. Só carrega na tecla daquele aparelho que tem na mão. Como se a sua felicidade dependesse daquele gesto. Como se ela própria conseguisse andar em frente e mudar como os canais de televisão. O zapping dá-lhe um objectivo: chegar ao fim. Qual fim? Não interessa. Só quer chegar ao fim.

Pudera ela ter um comando na vida. Um “fast forward” em algumas cenas, um gesto que podia silenciar outras. Podia seleccionar o que gostaria, gravar ou simplesmente desligar a televisão... a vida... a sua vida. E que jeito lhe daria um “off” completo. Aquele zapping dá-lhe poder. Pode escolher. Mas agora não lhe apetece escolher. Só continuar a carregar no botão >>

Carrega sempre no mesmo botão. Às escuras, sentada no sofá, com as lágrimas a correrem pela face, e com o som da televisão desligado... agora só o zapping faz sentido.

21/07/2008

Esta semana

Esta semana, li umas quantas mensagens que deixaram com um sorrisinho parvo durante horas. As duas primeiras de uma dona gaja, uma pessoa que aos poucos vai entrando na minha vidinha e no meu círculo. Disse-me ela:

"fofa que tu és!! :)"

"Miúda... tu tens ideia de quantas pessoas te adoram? aquele adorar bom que aquece o coração e faz aparecer o sorrizinho pateta... e de repente nada corre assim tão mal!!"

Como podia eu continuar mal-humorada e stressada com coisas menores, quando tenho amigas que me dizem estas coisas?! Penso que, às vezes, andamos tão absortos nos nossos problemas e nas nossas chatices diárias, que esquecemos que basta um pequeno desabafo para as tragédias virarem brincadeiras de criança. A J. tem razão: nada corre assim tão mal.

E sim, fiquei de sorriso pateta, porque somos amigas! E porque o abraço que me deste, no meio da cidade, quando foste comprar as calças, na semana passada, me aqueceu o coração. E porque, mesmo atrasadíssima para um trabalho, passei pelo teu emprego, só para te dar um beijinho. É este "gostar bom" que falas?

Depois... uma mensagem de um galanteador: "Quem conquistar o teu coração será certamente um homem feliz!". Assinou como Scorpion. Curiosamente, não apaguei a mensagem. Ele não me pediu nada, não foi ordinário, não lançou bocas foleiras, nem me ofereceu de bandeja o e-mail... é uma frase simples. Scorpion, achas mesmo?

Tive vontade de lhe perguntar: porquê? Achas que sou boa pessoa através de uma análise à cor do meu cabelo, ou gostaste do formato dos meus tops? Sou boa pessoa porque sou morena? Ele não me conhece, mas... apesar de ser uma frase estranha, não a apaguei. O que o leva a destinar a felicidade de homem com a conquista do meu amor?

Fiquei a rir-me como uma parvinha. Um sorrisinho que se prolongará... prometo que vou tentar!

15/07/2008

E quando..?

E quando esquecemos como é que a voz dele soa junto ao nosso ouvido?

E quando o cheiro dele já desapareceu da nossa roupa?

E quando já não ansiamos para que ele nos telefone?

E quando passamos a acreditar que ele já não 'aquece nem arrefece'?

E quando passamos um dia inteiro sem pensar no que ele estará a fazer e com quem?

E quando, apesar de tudo isto, corremos para o computador só para olhar para a foto dele? E quando, apesar de tudo isto, sentimos um pequeno aperto no peito quando vemos a janelinha com o nome dele subir no Messenger? E quando, apesar de tudo isto, falamos com ele e desejamos secretamente que ele diga que ainda pensa em nós?

É nessa altura que erguemos a cabeça, olhamos em frente, e esquecemos o que ele foi para nós? É nessa altura? É nessa altura que olhamos para o futuro, mesmo que não sejamos capazes de apagar o número dele do telemóvel? Ou há qualquer outra fase?

12/07/2008

Só porque sim!

Perguntas-me "porquê". "Porque sim", devolvo-te. Não é resposta. Eu sei que não é. Mas tem de haver uma explicação?!

Porque é que o céu é azul?

Porque é que gosto de músicas de amor?

Porque é que gosto de dormir contigo?

Porque sim. Não é resposta suficiente?! Porque te amo. Porque sem ti não funciono. Porque sem ti, parece que vivo a vida de outra pessoa. Porque tu és a metade da minha laranja. Porque contigo sinto-me em casa.

Porque é que me arrepio quando me beijas?

Porque é que os meus olhos brilham quando estás por perto?

Porque é que bebo as tuas palavras?

Porque sim. Tem de haver uma explicação?! O amor tem explicação?! Que mania a de querer encontrar justificações... porque sim! Porque sim! Porque sim!

08/07/2008

Foda-se

Começo por pedir desculpa. Sabem que não é meu hábito praguejar. Mas desta vez teve de ser. Há coisas difíceis de engolir e mesmo passados 4 dias ainda não esqueci aquele rosto.

Sexta-feira, no Porto... plena Avenida dos Aliados. O tempo estava carregado, o sol há muito não se via, as nuvens cinzentas ameaçavam chuva a qualquer instante. Eu tinha chegado à cidade há pouquinho tempo; tinha ido à pensão largar a mala e voltei a sair para lanchar. Perto do McDonald's, estava um senhor de alguma idade, encostado a uma parede, com a mão no peito... quase a chorar. Respirava com dificuldade. Centenas de pessoas naquela maldita rua e ninguém olhava para ele. Ou se olhavam, nada faziam.

Aproximei-me.

«O senhor sente-se bem?»
«Não, minha filha. Não estou nada bem. Vim agora da quimioterapia no IPO.»
«Lamento. Precisa de ajuda? Quer que o ajude a ir a algum lado? Posso chamar alguém...»
«Não tenho ninguém, filha. Sou viúvo e só tenho o meu cão por companhia nestes meus últimos dias. Não tenho dinheiro para nada e só peço a Deus que me ajude a passar a ponte, porque vivo para lá do Monte da Virgem, mas vai. Vai em paz! E obrigado!»

Foda-se. Não esqueço aquela cara. Aquele ar sofrido. Penso nisso e podia ter feito mais. Podia ter chamado um táxi e metido o velhote lá dentro, por minha conta. Foda-se. Podia ter feito mais e melhor. Foda-se para a indiferença das pessoas que passavam por ele e nada faziam. Não o esqueço!

01/07/2008

Ninguém é de ninguém ou Na dúvida, sou belenense

É um título estranho, eu sei. Não sabia mesmo era que nome concreto lhe havia de dar.

É ainda mais estranho escrever um texto, guardá-lo durante eternidades, abri-lo, eliminá-lo do computador, mas manter este título. Sei que não o quero eliminar... é um título com potencial.

Também há a estranheza de ter milhares de coisas a dizer sobre isto e não conseguir passá-las para o computador. Porque parecem superficiais, porque não quero parecer uma sofredora, porque acho que não vale a pena, ou porque simplesmente estão mal escritas...

Ninguém é de ninguém... restam dúvidas quanto a isto? Não quero escrever o óbvio. Não quero escrever algo que já foi lido mil vezes, debatido outras duas mil... ninguém é de ninguém. Ponto final.

Na dúvida, sou belenense... excepto para os seus sócios, o Belenenses é sempre a segunda escolha. No meu caso, a terceira. Quando as coisas não correm bem para as duas primeiras escolhas, opto pelos azuis do Restelo. É uma ideia parva, susceptível de várias interpretações e mal-entendidos. Mas é o que sinto: que, na dúvida, envergo, orgulhosamente, a camisola com a cruz de Cristo.

É um título estranho, reconheço e assino por baixo.

Tinha milhares de coisas para escrever. Mas há medida que vão aparecendo palavras na folha do Word (com ou sem sentido... tanto faz), vou perdendo o fio condutor que me levou a abrir (de novo) este documento, com este título. Como se perdessem importância (será que alguma vez a tiveram?)...

Fiquemos então com o título que disse mais sobre a minha actual situação do que todos os textos, mais ou menos conseguidos, que alguma vez escrevi. Se tivessem um título para dar à vossa vida, qual seria? O meu é este “Ninguém é de Ninguém ou Na dúvida, sou Belenense”.

30/06/2008

Coração de papel

Tinham estado o dia inteiro juntos. Uma enorme tensão sexual juntava-os. Não se tocaram, mas as indirectas e os olhares sugestivos aproximavam-nos ao ponto de sentirem a pulsação do outro.
O dia todo!

Até chegar a noite. À noite, jantaram juntos: um prato simples e um bom vinho.

Ele tocou-lhe de leve no ombro. Um arrepio subiu-lhe pelas costas. Não ia entregar-se; ia fazê-lo penar mais um pouco. O jogo ainda estava a começar.

Uma dança mais sedutora, no fim da sobremesa. Um misto de desejo, calor e sensualidade. Ela soltara o cabelo, que havia estado em rabo-de-cavalo todo o dia. "Ficas mais bonita assim!" sussurra-lhe. Os amigos, presentes no restaurante, faziam apostas na capacidade de resistência de ambos. Ela ria-se. Estava decidida a fazê-lo correr mais um pouco atrás dela.

Mais um copo de vinho. E as mãos juntaram-se. As mãos dele puxaram-na, de novo, para a pista de dança. As mãos dele puxavam-na para ele. As mãos dele tocavam-lhe nas costas, nos ombros. O cheiro dele inebriava-a. O cheiro dele tocava-lhe. O jogo jogava-se só entre os dois.

Acabou a música. Acabou a dança. Ele levou-a para a rua. Aproximou-se, até os narizes se tocarem. "Tens uns olhos lindos!" disse-lhe, enquanto lhe beijava os dedos.

Não se tocaram mais do que isso. As mãos tinham cola. Os olhares também. Ela ria. Ela apaixonava-se pelo galanteador. Até que acabou o dia. Mesmo depois da música e da dança, do jantar simples e do vinho.

Ele voltou para a mulher. E ela voltou para a sua rotina, tendo presente a lembrança dele. E do cheiro dele que perdurava nas suas mãos.

23/06/2008

Muito ou pouco tempo?

Para sempre!
É muito tempo?
É pouco tempo?
É dúbio...

Para sempre. Ninguém ama para sempre, nem chora para sempre. Ninguém é feliz para sempre. Nem ninguém é miserável para sempre.

E ela... ela apercebeu-se disso quando ele disse "fim". A experiência em relações disfuncionais e irremediavelmente falhadas avisou-a que "para sempre" não existia. E o "fim" chegou. Chegou com o fim dos beijos ao sair de casa, das flores sem razão, dos jantares surpresa. O "fim" chegou. Chegou com o fim das mãos dadas no escuro do cinema, da mão no ombro no sofá da sala, das mensagens a meio da manhã...

Uma morte anunciada, pensou. Mesmo a experiência em relações disfuncionais, não evitava o sofrimento. Que mesmo não sendo "para sempre" doía como se fosse. Uma dor que só acalmava à noite, durante o sono, numa cama demasiado grande e demasiado fria para uma única pessoa.

O "fim" chegara por fim. Uma repetição de outros filmes. Mas nada dura "para sempre". Nem o amor... ou a dor. E ela sabia.

O "fim" chegara naquela tarde. Amena, por sinal. Uma tarde que ela sabe que se vai perder nos cofrezinhos da memória. Porque até as lembranças se perdem no tempo.

17/06/2008

Para sempre

Deitaram-se às 4 da manhã, depois de um dia (e noite) muito ocupado.

Antes disso, tinham estado a falar, encostados aos móveis da sala, como praticamente dois desconhecidos que eram. Um dia (e noite) de muita correria e stress que acabara assim: duas pessoas - um homem e uma mulher - encostados a um armário de vidro fosco, a conversar sobre banalidades.

Deitaram-se às 4 da manhã.

Ele foi à frente. Reservou para si o lado direito da cama. Ela seguiu-o. E, com gestos felinos, despiu-se. Nem assim desviou o olhar dele da televisão. Com os mesmos gestos felinos, deitou-se ao lado dele. Cabeça encostada no ombro dele e uma mão naquele peito quente.

Eram 4 da manhã.

Cansados depois de uma dia (e noite) de stress e de correria conta o tempo. Ela queria ficar assim para sempre. Ele nem por isso: acabara de se virar para o outro lado e dormia. Eram 4 da manhã e 12 minutos quando ela se apercebeu que o seu "para sempre" havia terminado. Exactamente, 12 minutos depois de se terem deitado.

Ele, de costas viradas, e ela, a chorar silenciosamente, no lado da janela, no lado esquerdo da cama. Eram dois quase estranhos que partilhavam o mesmo leito. Dois quase estranhos magoados pelo amor. Dois amantes por conveniência, mas que de amantes tinham muito pouco.

15/06/2008

Patinho Feio: e crescer é isto!

Todos conhecem a história. Não vale a pena gastar energias a relembrá-la. Eu sempre fui o "Patinho Feio". Ou pelo menos assim me julgava: a miúda baixinha, de aparelho, com borbulhas, que apesar de não ser (muito) gozada pelos colegas, era quase sempre a última escolha.

Lembro-me que, durante a minha adolescência, as Spice Girls estavam na berra. Na minha turma, criámos um grupinho de 5 raparigas que imitavam as Spice. Eu era a Sporty Spice - a menos exuberante das cinco. Aquela que ficava lá atrás, porque não usava mini-saias, só ténis e fato-de-treino.

Não o confesso publicamente para que tenham pena de mim e me digam "Qual quê, Cris?! Isso era dantes". Faço-o para que conheçam um bocadinho mais desta que vos escreve.

Esteticamente, ficava aquém daquilo que pensava ser o ideal. Queria ser mais alta e tão bonita como as minhas amigas. O pior é que não também nem sequer era a mais inteligente. Terminei o 9.º ano e respirei de alívio: podia recomeçar. E correu bem. Cresci... passei dos 15 anos aos 17/18 num abrir e fechar de olhos. Namorei e namorisquei. Comecei a gostar de me ver ao espelho. Tornei-me mais alegre e divertida. Alguns rapazes mais velhos reparavam em mim. E aquilo fazia-me sentir bem.

Acabei o 12.º ano e respirei de alívio: podia testar-me num ambiente mais adulto. E correu bem. Passei dos 18 anos aos 22 num novo piscar de olhos. Namorei. Já não dispensava o espelho, apesar de não ser refém dele. Continuei a ser a engraçadinha de serviço quando tudo o resto falhava. Era um motor que só parava na hora de dormir. Uma fonte de energia. Os homens reparavam em mim e viravam a cabeça à minha passagem. E não era, de todo, desagradável.

Acabei a faculdade. Foi um dia feliz. Respirei de alívio: mais uma meta alcançada, mais uma etapa cumprida... estou a crescer. Mesmo! Continuei a ser a mesma miúda baixinha. Desta vez, sem aparelho. Já não me sinto o "Patinho Feio". Mas também não me vejo como o cisne deslumbrante da história. Sem ter problemas de auto-estima, sou normal. Sou a Cristina. A miúda baixinha que, hoje, veste calções pelo joelho e All-Star verdes. E amanhã... amanhã, quem sabe? Uma saia preta e sapatos de salto vermelhos? Uns calções de ganga e havaianas rosa? Quem sabe? Só sei que continuarei a aprender... e a crescer!

13/06/2008

Alguns esclarecimentos

- Este blog não será actualizado todos os dias. Apenas quando tiver textos que possam ser publicados;

- Os textos publicados SÃO MEUS! Não copio textos de ninguém e no caso de isso acontecer, atribuo a origem. Uma comentadora (num post anterior) disse que já tinha lido aquele texto algures... todos os textos são imaginados por mim, escritos por mim e publicados por mim... podem existir coincidências, que não passarão disso mesmo: coincidências! Caso sejam iguais, alguém me anda a plagiar e peço que me avisem;

- Os textos terão duas fontes: memórias minhas ou a minha criatividade. Não significa, portanto, que vá escarrapachar a minha vida (privada) em textos bonitinhos... ;

11/06/2008

Usada

Usaste o meu corpo. E eu não me importei.

Usaste o meu corpo. Beijaste-me a nuca, o ombro, as costas... atiraste-me para a cama e beijaste-me como nunca o tinhas feito antes. Usaste o meu corpo. Mas eu não me importei. Queria que o usasses. Queria sentir o teu cheiro ainda mais de perto. Conquistaste-me pelo cheiro doce da tua pele, pelo salgado da tua boca... uma mistura agri-doce estranha.

Usaste o meu corpo. Despiste-me, desajeitada e rapidamente, mas eu não me importei, porque queria que o voltasses a ver. E depois usaste. A mim e ao meu corpo. Mas isso não importa. Queria sentir-me amada (outra vez), desejada (outra vez) mesmo que isso não significasse um compromisso. Mas eu queria que te comprometesses comigo.

Usaste o meu corpo. Podes voltar a fazê-lo. Eu não me importo, desde que isso signifique ter-te comigo. Eu não me importo, desde que isso signifique que sejas meu, por mais uma noite. Amas-me aos bocadinhos. E isso, agora chega-me. Por enquanto.

Usaste o meu corpo. E eu não me importei.

08/06/2008

Amores de sofá

Estive vai-não vai para enviar este texto para a "Revista 365" do Fernando Alvim. O tema dos textos dos candidatos era "Amores de Sofá". E eu escrevi isto. Não saiu do caderno... até agora!

Não quero alugar um filme. Só quero estar contigo. Não, não estou aborrecida. Tem de haver uma razão para querer estar contigo? Apetece-me chegar a casa, tirar os sapatos (doiem-me os pés), ficar descalça e deitar-me contigo.

Deitar-me só. Porque quero estar contigo. Quero chegar a casa e descalçar-me. Sentar-me no sofá e deixar-me escorregar até ao teu colo. Porque preciso estar contigo. Apetece-me mesmo: estar deitada no sofá, contigo. A fazeres-me festas no cabelo. A sentir o ritmo da tua respiração. A sentir o teu coração a bater.

Apaga a televisão. Esquece o filme. Vem para aqui. Deita-te aqui ao meu lado. Sei que o espaço é pequeno. Mas vamos estar juntos. Sabes que não é capricho meu. Há quanto tempo não estamos só os dois? A sentir a electricidade estática do corpo do outro?

Sei que sou tola. Não precisas de dizer. Mas vem para aqui. Deitas-te no sofá e fazemos conchinha. Quero apoiar a cabeça no teu braço. Quero ouvir-te dizer num leve murmúrio "gosto de ti". Quero que sejamos só nós. Sem muitas palavras. As palavras atropelam.

Deitada na teu colo, a fazeres-me festas no cabelo, ou deitados no sofá, em conchinha, só quero estar contigo.

Não temos que voltar a sair. Só quero estar contigo. Percebes agora? Nem precisas falar. Bastam o teu cheiro e o teu abraço. Porque contigo, sou mais eu. E agora, estou perdida. É por isso que tenho de estar contigo. Não importa que adormeças - e que lindo ficas a dormir! Vens?

07/06/2008

Há uns anos

Há uns anos havia uma doçaria "made in Spain" à venda em quase todos os cafés por este país fora. Uma porcaria cor-de-rosa, e por dentro era como uma esponjinha de nata. E que bom que era. E, principalmente, barato. Custava à volta de 50 escudos.

A mim e às minhas colegas não interessava muito o doce, mas sim os autocolantes que vinham dentro da embalagem. Umas coisinhas amorosas que, vim a descobrir, eram declarações de amor de Kim Casali ao seu marido... uma série de desenhos da colecção "Love is...". Não sei porque é que me lembrei disto, mas lembrei.

Naquela altura, eu devia andar na casa dos 12 ou 13 anos e gostava de um rapaz, o Vitor. Um loirinho muito engraçado, de olhos azuis. Era um verdadeiro bad boy: faltava às aulas, mandava piadas nas aulas, cabulava... um herói, portanto! Mandei-lhe vários daqueles bilhetes escritos nas aulas, à sucapa. Nunca fui do género "Queres namorar comigo: sim ou não?" - já na altura gostava de escrever. E escrevia muito. Se calhar, por isso é que nunca namorou comigo. Nunca me respondeu. Mas nos intervalos, vinha gozar comigo. E naquela altura, para mim, o amor era isso. Encontrei-o no último Verão. Lembrava-se de mim. Disse-me que era impossível alguém esquecer-se de mim. Ri-me e despedimo-nos.

Se, naquela altura, o amor era assim tão simples como um "gostas de mim: sim ou não?", porque é que complicamos tanto em adultos?

Idealizamos a cor do cabelo, a profissão, a forma de vestir e de (até!) falar. Idealizamos a forma do nariz, a espessura dos lábios... há medida que os anos passam, tornamo-nos exigentes. Perde-se a pureza do "amor à 1.ª vista". Ou então mudamos-lhe o nome. Começamos a chamar-lhe "química". Se há química, dá-se a oportunidade de conhecer melhor; se não há, nada feito.

Às vezes, gostava de voltar aos meus 12,13 anos... para que o amor voltasse a ser tão simples como um bilhetinho escrito na aula, tentando fugir aos olhos dos professores.

Mais um

"Mais um blogue, Cristina?". Respondo que sim. Porque o "Estrelices" fala de tudo e de nada, ao mesmo tempo e porque o "Eu na Invicta" terá de acabar um dia destes. Só por isso. E porque gosto de escrever.

O "Os meus retratos" vai servir para publicar algumas histórias minhas. Umas inventadas, outras que foram momentos reais da minha vida.

Obrigada por me seguirem. Obrigada pela vossa presença.