Um zapping inconsequente, sem sentido, nem objectivo... um zapping só “porque sim”. As imagens passam-lhe em frente dos olhos sem que ela sequer repare nelas. Está a olhar para o ecrã sem o ver.
Um zapping por entre filmes, tragédias, futebol e enredos de novela... num gesto impensado... só a carregar na tecla >> do comando.
Não vê, nem ouve nada. Só carrega na tecla daquele aparelho que tem na mão. Como se a sua felicidade dependesse daquele gesto. Como se ela própria conseguisse andar em frente e mudar como os canais de televisão. O zapping dá-lhe um objectivo: chegar ao fim. Qual fim? Não interessa. Só quer chegar ao fim.
Pudera ela ter um comando na vida. Um “fast forward” em algumas cenas, um gesto que podia silenciar outras. Podia seleccionar o que gostaria, gravar ou simplesmente desligar a televisão... a vida... a sua vida. E que jeito lhe daria um “off” completo. Aquele zapping dá-lhe poder. Pode escolher. Mas agora não lhe apetece escolher. Só continuar a carregar no botão >>
Carrega sempre no mesmo botão. Às escuras, sentada no sofá, com as lágrimas a correrem pela face, e com o som da televisão desligado... agora só o zapping faz sentido.
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26/07/2008
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