30/08/2008

Adeus, não afastes os teus olhos dos meus

... de David Fonseca
Quando dormes
E te esqueces
O que vês
Tu quem és
Quando eu voltar
O que vais dizer?
Vou sentar no meu lugar

Adeus
Não afastes os teus olhos dos meus
Isolar para sempre este tempo
É tudo o que tenho para dar

Quando acordas
Porque quem chamas tu?
Vou esperar
Eu vou ficar
Nos teus braços
Eu vou conseguir fixar
O teu ar
A tua surpresa

Adeus
Não afastes os teus olhos dos meus
Eu vou agarrar este tempo
E nunca mais largar

Adeus
Não afastes os teus braços dos meus
Vou ficar para sempre neste tempo
Eu vou, vou conseguir para-lo
Vou conseguir para-lo

Vou conseguir

Adeus
Não afastes os teus olhos dos meus
Vou ficar para sempre neste tempo
Eu vou conseguir para-lo
Eu vou conseguir guarda-lo
Eu vou conseguir ficar

19/08/2008

Destino final

Ela sabia que era errado. Ele também. Mas o destino, esse incontornável destino, juntava-os. Juntos, parecia que o mundo deixava de existir. Parecia que tudo à volta estava desfocado. Parecia que tudo o resto não contava e que só eles existiam e respiravam. Respiravam-se.

Mas sabiam que era errado. Que não podia ser. Que não eram os únicos envolvidos. Sabiam, mas ignoraram. Uma vez. Uma só vez, a paixão falou mais alto, do que qualquer julgamento moral ou consciência gritante. Foi uma vez.

Surgiu o primeiro beijo. E muitos outros depois desse. As roupas, espalhadas pelo chão, coloriam aquela divisão da casa. E os corpos confundiram-se.

Não se falavam para que o momento perdurasse. Havia tanto a ser dito, mas tão poucas palavras foram trocadas. Para quê? Ela sabia o que ele pensava. Ele sabia o que ela pensava. A ânsia da paixão, do estarem juntos, do beijo, do cheiro da pele... foi só daquela vez. Pecaram. Juntos. <

As exigências do tempo. As contrariedades das responsabilidades fizeram-nos acordar para o mundo lá fora.

Até que surgiu o último beijo. Aquele que eles sabiam que selaria, para sempre, aquele amor. Um último beijo. O mais doce?

O último beijo. O primeiro fora há tão pouco tempo. Minutos apenas os separavam.

- Gosto muito de ti!
- Eu também!
- Não me sei despedir...
- Não digas adeus...

Disseram um silencioso “adeus”. Viraram costas e, separados, seguiram caminhos opostos. O fado estava traçado. E redesenhavam-se outros futuros.

07/08/2008

Underwater

Fechou os olhos e deixou que a água quente que jorrava da torneira percorresse cada milímetro do seu corpo. Sentia o nível da água a subir, dentro da banheira. Precisava de limpar o corpo, como se a água pudesse, também, apagar a sujidade que sentia na mente.

A água queimava-a. Mas ela não se importava. Estava a sentir um certo prazer naquela dor. Merecia aquela dor. Não era melhor que ninguém e aquela sensação de quente excessivo lembrava-a que era apenas humana. Que errava como os humanos. Que fazia asneiras como os humanos.

O nível da água continuava a subir. Chegava aos ombros como um abraço. E quão insuportável estava aquela água?! Mas um abraço daqueles apertados... um daqueles de que nos queremos ver livres rapidamente, porque nos cortam a respiração e nos fazem sentir prisioneiros. Queria chorar, mas tinha gasto todas as lágrimas nesse dia.

A água já chegava à boca. Desligou a torneira e deixou-se estar. Susteve a respiração e mergulhou a cabeça até não aguentar sequer mais um segundo sem se libertar.

Deixou-se ficar. A água começava a tornar-se suportável. Manteve-se de olhos bem fechados, a sentir a sua própria pulsação... a mente viajava para longe de tudo e todos. Como não podia desaparecer, dava-se ao luxo de se abstrair. De fugir, mesmo que por breves momentos.

A água continuava quente. Começou a chorar. Finalmente, libertou-se.

A água quente aliviava-lhe as dores do corpo, e as lágrimas aliviavam-lhe dores bem mais fortes e que nenhum comprimido faria passar.

Passou, energicamente, o sabonete (com cheiro a rosas) pelo corpo. Esfregou, por três vezes, champô na cabeça. Saiu do banho, esvaziou a banheira e viu as lágrimas a descerem pelo cano. Estava pronta.

02/08/2008

Cartas de amor

Adoro Fernando Pessoa. Desde o 12.º ano. Estudei aquilo que estava programado no plano de estudos daquele ano. Mas o fascínio por Pessoa nunca desapareceu. Na semana passada, estava a conversar com um amigo e lembrei-me do seguinte poema:

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)


Sim. Concordo. São ridículas. Tal como os filmes de amor, as canções de amor, os pares de namorados a assistir juntos a um pôr-do-sol... mas quem não gosta?! As cartas de amor (as tais, ridículas) foram substituídas pelas mensagens de telemóvel, pelos recados no messenger. Eu gostava tanto de voltar a receber uma carta de amor... de pegar numa carta de amor... de ler e reler uma carta de amor... por muito ridícula que seja!

01/08/2008

Este é o meu verdadeiro retrato

A Ni publicou um post com as características da mulher de signo “Peixes”. Aviso desde já que não acredito nas patranhas que vêm escritas nas revistas, mas acredito nas especificidades de cada signo. Segundo a minha amiga, o texto foi publicado há 3 anos na revista “Happy Women”. E é a minha cara… revi-me em cada parágrafo. É um pouco extenso, mas vale a pena ler…

"Peixes é o último signo do Zodíaco e como tal reúne características de todos os outros. É um signo muito mutável que se adapta bem a todas as situações. As mulheres Peixes são entusiastas como o Carneiro, pacíficas como o Touro, agem rapidamente como os Gémeos, têm o humor, a simpatia e rabugice do Caranguejo. Ao Leão foram buscar a vontade de se divertir, à Virgem a capacidade organizativa e a bondade, à Balança a justiça. Não são impiedosas como o Escorpião, mas tal como este signo, são muito misteriosas. São generosas como o Sagitário e dedicadas às suas tarefas como o Capricórnio. A sua capacidade analítica foi retirada do Aquário.

Mas não pense que é fácil conhecer na totalidade as nativas deste signo.

Nascidas entre 20 de Fevereiro e 20 de Março, estas mulheres são afáveis, sonhadoras e românticas mas também muito enigmáticas. Embora sejam quase sempre tímidas, gostam de «nadar» contra a corrente e é esse desafio que as torna felizes. Tal como mostra o símbolo deste signo, há Peixes que nadam para cima e outras para baixo e é aqui que se verifica a grande dualidade deste signo. Enquanto as primeiras atingem quase sempre o topo em tudo o que fazem, as segundas nunca alcançam os seus objectivos.

Passam horas a sonhar, a recordar o passado, a prever o futuro, esquecendo-se de viver o presente. Emotivas e sensíveis são muito vulneráveis e não sabem proteger-se dos outros, por isso é comum refugiarem-se no sonho e fecharem-se em si próprias para não sofrerem. São muito intuitivas, mas conseguem ficar indiferentes ao que se passa à sua volta se assim o decidirem. Conhecem o lado desagradável da humanidade, mas preferem continuar a pensar que podem construir uma sociedade melhor. Em algumas situações, essa brandura pode transformar-se em ira e, nesses casos, que se meter à frente delas terá de lidar com o seu sarcasmo e com a sua rara frieza. E não se esqueça que estas mulheres também são mestres da sátira difícil de descortina, o que cria algum desconforto nos seus alvos.

Aceitam bem as dificuldades que lhes surgem pela frente, mas em certas alturas, o desânimo toma conta delas. Apesar de parecerem pouco resistentes, são mais fortes do que aparentam, porque têm uma força oculta que, caso a descubram, as ajuda nos piores momentos. Têm uma memória gigantesca, mas se são afectadas por um qualquer problema, até do próprio número de telefone se esquecem.

Não gostam de perguntas directas e o «talvez» é a sua resposta mais frequente. Tal como a imaginação, o humor é uma das suas armas. Mesmo quando estão tristes sorriem e as suas gargalhadas podem ser uma máscara para esconder algum desgosto. Não gostam de pregar sermões a ninguém, mas estão sempre prontas a ajudar todos aqueles que necessitam. Não se importam de sacrificar os seus sonhos para auxiliar os mais fracos, a sua família ou amigos.

O dinheiro é pouco importante para as nativas Peixes, só precisam de ter o suficiente para viverem. Poupar não é uma das suas qualidades, mas isso também acontece porque dificilmente recusam um empréstimo a alguém.

As mulheres Peixes nasceram para servir a humanidade e não para acumular riqueza, por isso não gostam de posições de chefia. Só são bem sucedidas nesses cargos quando trabalham no mundo da comunicação, onde se movem à sua vontade e a sua imaginação é valorizada, ou em organizações não governamentais onde actuam em prol dos outros.

Como funcionárias, são infelizes a fazer algo que vá contra a sua integridade, mas quando gostam do que fazem dedicam-se totalmente à sua tarefa. Dão-se bem com toda a gente no local de trabalho.

Este é um signo muito emocional, complexo e dependente. As nativas de Peixes são românticas incuráveis, para elas sexo e amor são indissociáveis. Para uma relação dar certo são capazes de se tornar naquilo que os companheiros esperam delas, mesmo que isso não lhes seja pedido directamente. Muito compreensivas, fazem tudo para o ver feliz, mas quando algo corre mal acabam por ficar deprimidas e sentir-se usadas, por terem dado tanto e recebido tão pouco da relação. Nessas alturas, refugiam-se na ilusão. Quando encontram outra pessoa, voltam a cair com facilidade no mesmo erro.

Curiosamente, nem sempre estão apaixonadas, mas quando alguém precisa delas, sentem-se atraídas vêem nessa pessoa uma possível alma gémea. Raramente se queixam quando os relacionamentos correm mal, preferem esconder a sua desilusão e só terminam uma relação tendo já outra em vista, apesar de não conseguirem desligar totalmente do passado.

Hipnotizam os homens facilmente, devido à sua simpatia. O estar sempre presente e disposta a ouvir também os atrai. Como têm uma intuição muito apurada, esperam que os outros também tenham, por isso detestam que lhes perguntem como se sentem. A pessoa que esta com uma nativa Peixes tem de a entender, sem que ela precise de verbalizar o seu estado de espírito, afinal é assim que ela procede com quem a rodeia. Não precisa de ser muito estimulada, porque o seu maior estímulo é estar apaixonada.

São amigas com quem se pode contar em qualquer momento. São muito compreensivas e assumem como suas as emoções dos outros. Se os amigos choram, elas também o fazem, se riem imitam-nos. Esta sua característica impede que os outros as conheçam realmente e percebam o que estão a sentir na verdade, mas têm sempre uma palavra de conforto para todos. Nunca magoam um amigo, apesar de, por vezes, se afastarem sem razão aparente. Quando reaparecem, agem como se o tempo não tivesse passado e conseguem reatar os laços que os unem
."