A mim e às minhas colegas não interessava muito o doce, mas sim os autocolantes que vinham dentro da embalagem. Umas coisinhas amorosas que, vim a descobrir, eram declarações de amor de Kim Casali ao seu marido... uma série de desenhos da colecção "Love is...". Não sei porque é que me lembrei disto, mas lembrei.
Naquela altura, eu devia andar na casa dos 12 ou 13 anos e gostava de um rapaz, o Vitor. Um loirinho muito engraçado, de olhos azuis. Era um verdadeiro bad boy: faltava às aulas, mandava piadas nas aulas, cabulava... um herói, portanto! Mandei-lhe vários daqueles bilhetes escritos nas aulas, à sucapa. Nunca fui do género "Queres namorar comigo: sim ou não?" - já na altura gostava de escrever. E escrevia muito. Se calhar, por isso é que nunca namorou comigo. Nunca me respondeu. Mas nos intervalos, vinha gozar comigo. E naquela altura, para mim, o amor era isso. Encontrei-o no último Verão. Lembrava-se de mim. Disse-me que era impossível alguém esquecer-se de mim. Ri-me e despedimo-nos.
Se, naquela altura, o amor era assim tão simples como um "gostas de mim: sim ou não?", porque é que complicamos tanto em adultos?
Idealizamos a cor do cabelo, a profissão, a forma de vestir e de (até!) falar. Idealizamos a forma do nariz, a espessura dos lábios... há medida que os anos passam, tornamo-nos exigentes. Perde-se a pureza do "amor à 1.ª vista". Ou então mudamos-lhe o nome. Começamos a chamar-lhe "química". Se há química, dá-se a oportunidade de conhecer melhor; se não há, nada feito.
Às vezes, gostava de voltar aos meus 12,13 anos... para que o amor voltasse a ser tão simples como um bilhetinho escrito na aula, tentando fugir aos olhos dos professores.
9 comentários:
Olá!
Como disse, cá estou!
Para começo adorei o post. Nada mais verdadeiro do que escreves aqui, o amor de quando se é pequeno é muito mais encantador depois, vem o passar dos anos e torna tudo mais... deixa cá ver... mais não, menos inconsciente, direi! E parte da beleza do sim ou, não, desaparece.
Até...
1a das pimp, obrigada pela visita. És a comentadora-estreia :)
Mas sabes, gostei de o reencontrar. Foi engraçado. Reconhecemo-nos instantaneamente. Quando o vi, durante 2 segundos voltei mais de 10 atrás, e julguei ter outra vez 12 anos. Passou. Crescemos.
Era engraçado que enquanto adultos tivessemos a mesma sinceridade e a mesma pureza que temos quando somos miúdos.
Beijo e obrigada pela visita.
Bom, li o post e gostei. Fez lembrar-me os meus 12 anos. Nem era muito de andar a mandar bilhetes às meninas... queria era mais jogar futebol e computador, no meu ZX Spectrum, e convidar os vizinhos (machos) a verem pela enésima vez o "Star Wars" ou os "Salteadores da Arca Perdida".
Ou então uma vez, quando encontrei o "Baunilha e Chocolate" da Cicciolina e convidei-os para var. Acho que para oito ou nove pessoas, deve ter sido o primeiro filme porno das suas vidas...
Pois, gostavamos que as coisas fossem mais simples. Mas não o são. Aliás, até acho que os nossos pais não queriam mostrar as coisas tal como elas são, porque em muitos aspectos, é chocante.
Mas voltando ao amor... era bom se tudo fosse simples, não é? Mas não. E hoje em dia, quando olho para trás, ainda bem que não encontrei o amor logo à primeira. Se calhar muito do que vivi, as pessoas que conheci e os lugares que viajei, não teriam acontecido se assentasse cedo. Mas quero e desejo assentar com alguém que mereça o meu coração.
Excelente 1º Artigo ;)
Eu lembro-me dessas pastilhas eheheh...vendia bastante disso no café dos meus pais...:P
Quanto ao amor...como em muitas outras coisas na vida...tudo podia ser mais simples...não sei...mas com a idade talvez percamos além da inocência....um pouco a paciência....ganhamos um pouco mais de cinismo...em relação a algumas coisas....infelizmente...
Bjinhos Escritora :D
Speeder, chega um dia em que queremos sempre assentar. Uns mais cedo, outros nem por isso.
Calvin, infelizmente mesmo! Dantes, bastava que gostassem de nós... a história do "amor e uma cabana"... agora só isso não chega! Ainda bem que gostaste! :)
Beijooosss
Está magnífico!
Obrigada, Nuno :)
São tão boas as recordações dos tempos de adolescencia, mesmo esses em que gozavam connosco. Era tão bom que tudo fosse assim tao simples e que também ainda tivessemos a capacidade de "amar desmedidamente" sem pensar no dia de amanha, porque no dia de amanha ja podiamos gostar de outro /a.lol.
Sílvia, ele adorava-me... só que não sabia!! Hahaha...
É a velha questão de "o amor é eterno, enquanto durar"! Mas era tão simples. Ou se gostava, ou não se gostava. Não havia aquela história do s "amigos coloridos". Era sim ou sopas!
Beijinho e volta sempre! :)
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